terça-feira, 18 de setembro de 2012

Materialismo




Bom, eu sei que já escrevi um texto sobre futilidade. Mas o materialismo é apenas uma forma de futilidade, e acho que essa parte merece uma atençãozinha especial.

Com a evolução da tecnologia e consequente modernização e globalização da produção, hoje em dia temos enooormes quantidades de produtos, de vários tipos, cores, formatos. Temos também excelentes marketeiros, responsáveis por todas essas propagandas e demais estratégias de marketing. Isso tudo torna o nosso mundo um ambiente mais do que propício ao consumo e ao consumismo. É difícil resistir a tentações que o mercado nos impõe.

O problema se agrava quando toda essa obsessão de comprar, de TER, se instala na cultura da população. E com isso vêm o status gerado pelos bens materiais, passa-se a querer possuir as coisas para impressionar os outros ou se sentir aceito em algum grupo, não necessariamente porque tal objeto ou roupa te traz satisfação pessoal. E sinceramente, isso é uma cultura IGNORANTE.

Não estou dizendo que temos que viver em condições extremas, sem as maravilhas de consumo (que nos facilitam a vida e muitas vezes realmente nos trazem satisfação pessoal) presentes por aí. Inclusive, acho ótimo quando valorizamos o que temos, o que pagamos com nosso dinheiro e nos esforçamos para ter. E todos temos nossos “xodós”, algo material de que gostamos muito. A questão é não deixar que os bens materiais sejam mais importantes do que as pessoas que somos. Eu sei que esse papo já é velho e que “todo mundo” fala isso, mas eu infelizmente não vejo nenhuma mudança. Muito papo, pouca atitude, aquela história de sempre. Mas esses dias eu tive um pensamento que me fez refletir um pouco mais sobre esse tema: “eu gosto mais das coisas que sou capaz de fazer do que das coisas que sou capaz de comprar”. Cara, é MUITO BOM poder dizer isso, e seria ótimo se todos pudessem (inclusive os ricaços, isso não é necessariamente uma questão de poder aquisitivo). Quero dizer, pense um pouco: se você perdesse todos os seus bens, ainda teria algo a oferecer? Os outros continuariam a falar com você, pela boa pessoa que você é? Quais são os seus valores e suas habilidades?

Agora pensem mais. Vocês provavelmente têm um melhor amigo, ou vários, ou pessoas de quem gostam muito. Pensem nessas pessoas. Por que vocês gostam delas? Quais são as melhores características dessas pessoas, as qualidades que fazem com que vocês gostem delas? Aposto que a palavra “dinheiro” ou “coisas legais que ele/ela possui” não apareceram nas respostas. É um exercício simples, mas nos ajuda a ver por que o materialismo é algo tão estúpido.

Então deixo dito: Se for adquirir algum produto, que seja para VOCÊ, e não para os outros (pense: se ninguém pudesse saber que você tem tal coisa, ainda assim compraria?). E, antes de querer TER coisas legais, tente SER alguém legal sem essa “ajuda”.

E digo também: por um mundo onde as pessoas fiquem mais empolgadas com o conhecimento, com as riquezas culturais e com o ser maravilhoso que os humanos podem ser do que com o lançamento do novo iPhone. Acho que isso resume minha ideia.

2 comentários:

  1. Gostei muito desse post, descreve perfeitamente como funciona a mente da sociedade atual, onde status social é mais importante que inteligência, caráter, até mesmo qualidade de vida!! Está mais do que na hora de as pessoas perceberem que SER é muito mais importante que TER!!! ;)

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    1. É exatamente isso! Fico feliz que tenha gostado e obrigada por comentar :D

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