quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Uma reflexão sobre o estudo de línguas estrangeiras




Essa é pra quem gosta de aprender línguas estrangeiras, ou pelo menos tem interesse. Primeiramente, essa 
gente provavelmente sabe como é boa a sensação de saber outro idioma. Você entra em outro mundo, e quando isso acontece, pensa naqueles que não falam essa língua que você estuda e pensa “vocês não fazem ideia...”.

Mas não é só o fato de saber outra língua que é legal. O próprio estudo dela é interessantíssimo. Isso porque nos deparamos com gramáticas diferentes, pronúncias diferentes, expressões diferentes. Até que chegamos ao ponto de pensar na outra língua, isto é, pensar em inglês, japonês, italiano, etc. O cérebro automaticamente formula as frases ou ideias naquela língua sem que você precise primeiro pensar em português e depois traduzir. Ah, acho que vocês me entenderam...

E é por causa desses aspectos diferentes entre os idiomas que as traduções são tão complexas. Não se deve traduzir um texto ao pé da letra (vulgo jogar no Google tradutor), pois, mesmo que o seu sentido geral seja captado e boa parte dele seja corretamente traduzida, pode haver alguns trechos com sentido alterado, o que pode comprometer posteriores interpretações. Fazendo um comentário, eu sou uma pessoa que já se irritou MUITO com o Google tradutor. Até mesmo coisas simples receberam traduções péssimas. Portanto, só o utilize em último caso, ou se você não entende o idioma.

Enfim, voltando à complexidade das traduções. Você pode até imaginar: mas e se eu pegar um dicionário e sair traduzindo palavra por palavra, mesmo que isso demore? Não é bem assim que funciona. É preciso que você tenha pelo menos um pouco de conhecimento sobre a língua para fazer isso. Você provavelmente não irá encontrar verbos conjugados ou algumas palavras grandes (que se formaram da junção de duas ou mais) no dicionário. E as expressões, que, tendo suas palavras traduzidas separadas, têm um sentido, mas, no todo, têm outro sentido? E os graus comparativos de adjetivos? E a ordem das palavras na construção das frases, que pode ser diferente do português, dependendo da língua? E os falsos cognatos, que podem fazer com que você dispense o dicionário e acabe cometendo um engano? Isso sem falar nas particularidades de cada idioma. Por exemplo, há substantivos cognatos que mudam de gênero, em comparação com o português. Você não pode ver “la leche” e traduzir “a leite” (pode parecer algo absurdo, mas vai que a pessoa pense em “a” como preposição). No alemão, há verbos que se “desmontam”, por exemplo, na frase “Ich fange jetzt an” (eu começo agora), você procura no dicionário “fangen” e descobre que significa “pegar, apanhar”. Então faz uma tradução errada, pois você deveria ter procurado o verbo “anfangen” (começar).

São apenas exemplos mostrando que fazer uma boa tradução não é algo tão simples assim. Dicionários e tabelas de conjugação são ferramentas muito úteis, mas é necessário saber utilizá-los. Para isso, é preciso ter um certo conhecimento da língua. E para aprender um novo idioma, é necessário esforço, dedicação e prática.

E é levando em conta todo esse estudo e dedicação de quem aprende línguas estrangeiras que eu fico muito indignada quando aparece alguém que acha ou diz que fala tal idioma, mas não fala p*rra nenhuma. Tipo aquela história de “Ah, eu falo espanhol. Nunca tive aula, mas é fácil, é igual ao português”. Cara, DEIXA DE SER IGNORANTE! Pode até ter semelhanças, mas você seria capaz de escrever ou falar algo que gramaticalmente está correto e faz sentido? Ou então o inglês. Não é só porque essa língua está em todo lugar e que “todo mundo” sabe que você automaticamente também fala. Você pode até aprender com músicas, filmes, seriados, sites em inglês, etc., mas é a mesma história de conseguir falar e escrever corretamente. Falando sério, não menosprezem o estudo! Inclusive na internet há váááários conteúdos que podem ajudar no aprendizado, e hoje em dia o ensino da língua inglesa está cada vez mais presente nas escolas. Então aproveitem! Aliás, aproveitem sempre que houver a oportunidade de aprender uma nova língua. Volto a dizer, além de útil e “bom pro cérebro”, a sensação é ótima!

E vocês, o que pensam a respeito?

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